O nu é que está na moda

Parece que o que  “está a dar” neste momento é andar por aí como Deus nos trouxe ao mundo.
Na rede social Instagram é uma moda, mais uma. Basicamente, os utilizadores desafiam-se a tirar fotos nus em ambientes naturais. Chama-se “Naked in Nature” (nu na natureza) e tem aderentes dos quatro cantos do mundo, incluindo fotografias de nus na neve.
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Dei por mim a pensar que a moda ainda não pegou  no meio da cidade, em plena via pública, rotundas ou estradas, como medida de prevenção rodoviária, não sendo difícil de calcular o “boom” de acidentes de trânsito que a moda espoletaria. Quantas viaturas em contra-mão, quanta chapa batida, quantos quilómetros de engarrafamentos, gastos de pastilhas de travão, máximos, faróis de nevoeiro, postes derrubados, entre outros inimagináveis prejuízos.
Lá está, no meio do campo é tudo muito mais seguro, fresquinho, arejado, uma espécie de regresso a Adão e Eva no Paraíso, com a vantagem/desvantagem de tantos mirones.
Outra moda do género ainda mais recente é o “Sexting” (mistura de “sex” com “texting”), ou seja, a prática de enviar mensagens, fotos ou vídeos sexualmente explícitos por telemóvel.
Para alguns jovens, “ter uma foto da namorada nua no telemóvel é uma forma de mostrar que se é sexualmente  ativo”, conforme teorizou um experiente promotor de justiça citado no jornal “The New York Times”. “É como se fosse um troféu”.
Achou estrambólico? Então que dizer da ainda mais estapafúrdia tese de uma jovem que chegou a sustentar que é uma forma de “sexo seguro”. Afinal, disse (em todo o seu esplendor intelectual) a modernaça, “não há risco de ficar grávida nem de contrair uma doença sexualmente transmissível”. Não está mal pensado, não. Chamem-na tonta…
Além disso, de acordo com Amanda Lenhart, especialista em pesquisa e autora de um relatório do “Pew Research Center sobre sexting”, “Nunca foi tão fácil enviar ou armazenar provas de mau comportamento para que outros possam ver”.
Já dizia o Evangelho, “O esperto vê o perigo e esconde-se; o ingénuo avança e sai-se mal.” — Provérbios 22:3. Avisos bíblicos à parte, o problema é que não faltam ingénuos(as) ou, para sermos mais exatos, gente bruta como uma porta ou recomendável para internamento psiquiátrico, uma vez que ou não medem as consequências, ou são precisos demasiados desenhos para acordarem da anestesia cerebral em que estão mergulhados.
Porém, se é daqueles que acha que já chegámos ao ponto culminante das curiosas e “inconsequentes” modernices dos novos tempos primitivos, desengane-se.
Neste domínio, O Reino Unido está muito, mas muito à frente.
Depois de ter feito um anúncio em que procurava “mulheres naturistas para limparem casas privadas, nuas”, a “Naturist Cleaners” já está em funcionamento e o serviço é já um autêntico furor. Rende mais que vender água no deserto.
Acho que se chama empreendedorismo ou “start up”, como agora convencionaram dizer os portugueses estrangeirados.
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A empresa oferece serviços de “limpeza normal, como limpar, arrumar, aspirar, regar plantas, fazer as camas, lavar e passar a roupa, assim como limpar janelas”, com a particularidade de as empregadas estarem com” tudo ao léu” durante todo o serviço.
E por falar em serviço, o dito cujo custa 75 euros na primeira hora e 63 euros nas horas seguintes mas, reforça a empresa, “os clientes estão proibidos de terem qualquer contacto com os empregados”, o que (estamos em crer) virá a ser seguido à risca. Para mostrar-se democrática, nada sexista, e agradar a todos os sexos e outros, a Naturist Cleaners dispõe-se a oferecer homens e mulheres para os serviços ditos “de limpeza”. Emily Nikols é casada e é uma das empregadas da Naturist Cleaners. Ao The Sun, a inglesa, natural de Liverpool explica que “é completamente normal”. “Nunca tinha feito nada assim, mas sinto-me natural ao fazê-lo. Recebo mais de 50 euros à hora, o horário é excelente e posso sustentar e passar mais tempo com a minha filha bebé. Estou muito contente em ter tomado esta opção”. Assim que começou a operar, a procura do serviço disparou e a empresa foi obrigada a contratar mais de 80 funcionários para limparem casas em todo o Reino Unido. “A maioria dos clientes são homens naturistas, que pertencem à comunidade nudista. Pagam este serviço porque procuram alguém que partilhe a mesma visão do mundo e as mesmas crenças e valores. Alguns não podem partilhar este estilo de vida com as famílias, por isso gostam de ter alguém que os compreenda”, explica a diretora da empresa, Laura Smith. Aliás, eu sempre desconfiei só poderia ser uma questão de necessidade de compreensão. Acresce que, uma vez que os empregados estão completamente nus, não podem fazer trabalhos de limpeza mais pesados ou usar produtos químicos irritantes ou corrosivos. Os únicos acessórios que podem ser usados são luvas e chinelos. “Os clientes são muito respeitosos e uns cavalheiros. Oferecem-se para transportar o aspirador, oferecem-me água, perguntam sempre se a temperatura está boa,… Inicialmente, o meu marido estava preocupado com a minha segurança, mas ele confia em mim. No meu trabalho eu não sou um objeto sexual, aliás não há qualquer componente sexual no meu emprego. Não é importante ser “sexy” ou ter curvas; estou ali para que uma pessoa naturista se sinta confortável”, termina Emily Nikols, que já trabalha na Naturist Cleaners há um mês e meio. Ouve-se um romântico violino em fundo.
Fica, pois, a sugestão do dia para os(as) empreendedores(as) mais ousados(as). A sério, o Negócio promete.
Já para não falar do previsível aumento de solidez e acréscimo da relação de confiança de muitos  namoros, noivados e casamentos. E ainda aqui vamos…

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“Nem rei nem lei (…) Este fulgor baço da terra / Que é Portugal a entristecer”, já dizia Pessoa

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